quinta-feira, 11 de junho de 2015

Celular no modo “escola”

Não é o modo “desligado”, nem o modo “guardado na mochila”. E pode ser de vários modos... Vamos ver o que acontece quando os estudantes usam seus aparelhos pra criar aplicativos educacionais.

Professores reclamam – com razão – da dificuldade que enfrentam para captar e manter a atenção de suas turmas, gerações nascidas sob o signo dos smartphones. Alunos reclamam – com razão – do tédio da sala de aula, enquanto pensam no mundo acontecendo em seus celulares, que também estão carregados de jogos e aplicativos interessantíssimos.

Ignorar a tecnologia que já está impregnada no nosso cotidiano só aprofunda o abismo entre quem precisa ensinar e quem precisa aprender. Educadores devem ser capacitados para absorver e a tirar o máximo proveito, na vida escolar, dos recursos que fazem parte do dia a dia de todos nós.

Uma alternativa vem ganhando força e tem a ver exatamente com “fazer funcionar” em vez de “mandar desligar” o dispositivo: é a prática da programação de aplicativos móveis como estratégia pedagógica.

“O que eu sempre digo é: você não vai colocar uma televisão na sala de aula só pra passar desenho animado. Mas talvez você queira a TV se for exibir um filme que fala do conteúdo que está sendo estudado. O mesmo acontece com o celular. Às vezes os professores se vêm sem as ferramentas adequadas para trabalhar com esse recurso e aí vem a resistência. A solução pode ser desenvolver aplicações”, diz Felipe Barreiros, diretor de conteúdo digital da Fiap, faculdade especializada no ensino de tecnologia e organizador da Maratona de Aplicativos Fiap-Google, voltada a estudantes do ensino médio. Em 2014, a Maratona de Apps reuniu 1,6 mil estudantes de todos os estados do país.

Pensar e programar um aplicativo, além de trabalhar conhecimentos relacionados a várias disciplinas, ainda estimula o engajamento do aluno com sua realidade de vida, com o seu mundo real. “Quando o estudante cria um app, participa ativamente do processo, não apenas consome o que os outros fazem. E sai da passividade”, explica.

E não carece ser um expert em tecnologias móveis para desenvolver aplicativos. Empresas e organizações sem fins lucrativos têm investido em plataformas que ajudam nessa tarefa sem que a pessoa domine linguagens de programação. Uma dessas plataformas mais conhecidas é o App Inventor, desenvolvida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), com foco no sistema operacional móvel Android. Mas há outras que, em suas versões gratuitas, oferecem funcionalidades limitadas; e nas versões pagas oferecem todas as funcionalidades, como é o caso da Fábrica de Aplicativos. Os recursos disponíveis, em geral, são textos, fotos, listas, vídeos, interações nas redes sociais.

De acordo com Barreiros, até já existe uma demanda educacional por uso de ferramentas mais complexas. “No ano passado, a Maratona de Apps era feita apenas com o App Inventor. Mas percebemos que há pessoas, estudantes, que já sabem programar. Então, este ano, abriremos para desenvolvimento em iOS e outras plataformas”, explica.


Fonte: www.arede.inf.br
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